Uma vez, eu me peguei imaginando como seria a calmaria. Como seria fechar os olhos e relaxar, conseguir esvaziar a mente, desacelerar os pensamentos e ver tudo com mais clareza. Mas então parei de pensar nisso e fui pensar em outra coisa. Voltei ao turbilhão incontrolável dentro da minha cabeça, que nunca para, que nunca some.
Pensei o quanto desconfortável é ser trancado do lado de fora; e pensei o quanto é pior, talvez, ser trancado no lado de dentro.
Virginia Woolf.
São várias coisas ao mesmo tempo, todas de uma vez ou uma atrás da outra. Quando consigo resolver uma, o pensamento na próxima já surge. É uma sequência sem pausa, um turbilhão constante e sufocante de ideias, e as vezes tudo passa tão rápido que nem me lembro depois.
Não é necessariamente ruim; às vezes são pensamentos bons, ideias boas. O problema é que o fato de nunca parar cansa. Na verdade, é extremamente exaustivo; É como se o corpo parasse, mas a mente continuasse a trabalhar, sempre.
Às vezes, os pensamentos são tão rápidos que nada consegue acompanhar. É uma mente hiperativa que o corpo não acompanha. De repente, tudo ao redor parece estar em câmera lenta, enquanto os pensamentos se misturam em uma confusão impossível de resolver. As ideias se desdobram em mil outras e passam uma pela outra sem levar a lugar nenhum.
É uma sequência interminável. Mesmo quando o silêncio existe ao redor, dentro de mim há sempre um ruído. E há uma urgência incessante em encontrar um ritmo dentro do caos, em aceitar que minha mente nunca será um lago tranquilo, mas sim um oceano sempre em maré alta.
Como é frágil o coração humano, espelhado poço de pensamentos.
Sylvia Plath
Obrigada por ler, até logo.
Isso me apareceu no momento certo. Me senti acolhida. Nem nos conhecemos, mas obrigada por escrever, isso me ajudou muito
Nossa, eu me identifiquei muito com isso. Essa sensação de nunca conseguir desacelerar, de estar sempre em um turbilhão de pensamentos… É exaustivo, né? Às vezes, até o silêncio parece barulhento. E esse trecho da Sylvia Plath no final só reforça o quão profundo e frágil tudo isso pode ser.